Quem não se lembra das palavras de Jesus em resposta ao pedido de seus discípulos para ensiná-los a orar: "Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus [...]" (Mt 6.9)? Tal como os discípulos de João, eles queriam aprender com o seu Mestre uma forma adequada de dirigir-se a Deus. Porém, mais do que uma forma de orar, Jesus lhes ensina o caminho do relacionamento com aquele a quem poderiam chamar de Pai.
O livro A Oração Nossa de Cada Dia, de Carlos Queiroz, baseado neste conhecido ensino de Jesus sobre oração, lembra que orar deve ser a expressão da comunhão e da intimidade que os cristãos têm com Deus. Isso significa que a oração deve ser compreendida como uma porta aberta para o reconhecimento da soberania do Pai celestial; a confissão do desejo de que a vontade dele seja feita, na terra e no céu; a confiança em sua provisão para si e para outros e o desejo de partilha o que lhes dá; a confissão de pecados e o desejo de perdoar como é perdoado como expressão genuína do coração daquele que anda com o seu Senhor.
Além de referir-se à oração como uma conexão dos cristãos com Deus, o autor escreve sobre dois riscos que podem acometê-los: o de serem hipócritas e o de serem idólatras enquanto oram. No texto de Mateus 6, pouco antes de responder ao pedido dos discipulos, Jesus fala dos que fazem orações para serem vistos pelos homens e dos que presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos, e adverte seus discípulos: "Não vos assemelheis a eles".
Sem ensinar fórmulas ou regras para a oração, tornando-a uma obrigação ou m cerimonial para cada dia, Carlos Queiroz lembra ao leitor que orar é uma experiência graciosa e singular a ser exercitada pelos cristãos na caminhada com Deus.
Por Ariane Gomes - Revista Ultimato nº341 - reprodução permitida
Título: A Oração Nossa de Cada Dia
Autor: Carlos Queiroz
Editora: Ultimato
Páginas: 96
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