Resenha do livro A Religião Mais Negra do Brasil

O livro A Religião mais Negra do Brasil, foi escrito pelo pastor batista, mestre em ciências da religião pela Universidade Metodista de São Paulo e um dos coordenadores do movimento Movimento Negro Evangélico (MNE), Marco Davi de Oliveira. A sua obra é um ensaio sobre a fé dos negros que escolheram o pentecostalismo no Brasil, em contraposição com a crença que a maioria da população negra faz parte de religiões de matriz africana.

O livro tem como proposta apresentar através de sua pesquisa e análise, o porque os negros escolheram o pentecostalismo como prática de fé, abandonando as religiões de matriz africana e aderindo ao movimento pentecostal evangélico ao invés das igrejas históricas. Ele também faz considerações a respeito de políticas públicas voltadas com o fim de trazer igualdade racial e o posicionamento da igreja pentecostal a respeito da política, criticando o período apolítico, porém apontando sua visão mais progressista na aceitação de ministros negros e de uma liturgia mais brasileira, com ritmos afro, principalmente advindos dos EUA, como o soul.

 O autor também se preocupou em oferecer a crítica da aderência do negros ao pentecostalismo, mostrando como o movimento é positivo ao apresentar uma vida comunidade, ao trazer dignidade a população que sofreu na história a opressão da escravidão, a questão carismática do empoderamento do ser humano que independe de sua posição social, onde Deus o toca e distribui os seus dons, por outro lado apresentou também os aspectos negativos, como o fundamentalismo e a indiferença a questão política que muitos lideres pentecostais que não se manifestam sobre questão da injustiça social e racial. A demonização da cultura africana e os problemas teológicos sobre a questão de Caim, também foram postas.

 Para o leitor o livro é bom, todavia acredito que faltou explorar mais os temas propostos, trazer um maior contexto histórico sobre o pentecostalismo, apontar a missiologia na conquista dos evangélicos a respeito da população negra. Outra questão é a forma no qual é demonstrado os dados de pesquisa, pois não possuí uma porcentagem separada entre negros e pardos.

A abordagem sociológica sobre o tema, a respeito de políticas de afirmação e de cotas também foram pouco exploradas em sua obra, todavia o espaço do livro no meio evangélico é de grande valia, uma vez que é pouca a literatura que relaciona a questão racial e a luta da igreja por seus direitos, mesmo que Deus tenha levantado muitos evangélicos para lutar pelos direitos civis e pela abolição da escravidão.

Título: A Religião Mais Negra do Brasil 
Autor(a): Marco Davi de Oliveira
Editora: Ultimato
Páginas: 136 pag

Resenha do livro A comunidade do Rei - Howard Snyder

O livro A Comunidade do Rei foi escrito por Howard Snyder, ph.D em teologia histórica pela Universidade de Notre Dame e professor do Tyndale Seminary, em Toronto, Canadá. Foi missionário no Brasil na Igreja Metodista Livre, ele é distribuído pela ABU Editora.

A obra é uma singularidade dentro da temática eclesiologia, pois diferente de muitos livros que apontam métodos de crescimento da igreja, ou fórmulas pré-fabricadas que não compartilham da sociologia para entender o contexto de cada comunidade da fé, o autor prefere falar sobre avivamento, vida comunitária com Cristo, deixando de lado o romantismo ou o pessimismo sobre a noiva do Senhor e apresentando aspectos importantes para ser igreja.

Howard Snyder trata sobre temas como dons  espirituais e ministérios da igreja,  com a intenção de  adaptar cada crente em sua função, critica a teologia que separou leigos e cléricos, aponta de forma coerente para uma forma carismática de construção de cristãos, além de estudar a igreja primitiva e trazer algumas lições sobre o estudo da eclesiologia na história.

Simplesmente um livro que trás esperança para os discípulos de Cristo, dividido em diversos capítulos com subtitulos, é uma obra rica no qual o autor   tratou  de temas relevantes para vivermos um evangelho vivo, destaque para os assuntos como  grupos pequenos, crescimento, divisão  e unidade da igreja.

Título: A Comunidade do Rei

Autor:  Howard Snyder
Editora:  ABU Editora
 Páginas:  210

Resenha do livro A Hora e a Vez dos Leigos

O livro A Hora e a Vez dos Leigos, escrito pelo pastor Paul Stevens é uma publicação no Brasil da ABU Editora,, a obra é uma excelente forma de capacitação para a igreja ao trazer a visão da importância do trabalho leigo e seus fundamentos através das cartas dos apóstolos e também do livro de Atos.

Paul Stevens era um pastor profissional que recebia salário de sua igreja localizada no Canadá, todavia sentia-se incomodado e tinha uma outra visão de como deveria ser o seu trabalho de pastoreio, então decidiu se tornar um pastor leigo, abrindo mão de seu salário e voltando a trabalhar como carpinteiro. A partir de sua experiência pessoal o autor começa a quebrar vários paradigmas sobre o ministério leigo versus o ministério "profissional", expressão usada por ele para distinguir os ministros que vivem somente com o salário da eclésia.

O livro aborda uma teologia fundamentada na vida do Apóstolo Paulo, um fazedor de tendas e a relação com o mundo contemporâneo no qual vivemos, a importância da formação prática de um cristão dentro da igreja, o empenho missionário e evangelistíco que cada membro de uma comunidade da fé deve ter, além de responder perguntas sobre como lidar com a familia, trabalho, ministério e relacionamento com Deus.

Paul Stevens não discorda dos pastores assaláriados, todavia coloca em pé de igualdade  com o trabalho dos leigos, apontando argumentos teológicos, apóia também a forma de concilio para dirigir a igreja e critica a formação dos seminários que não colocam os seus estudantes na prática de fé na comunidade, exorta os cristãos a serem voluntários na obra de Cristo e ensina como a igreja deve capacitar os seus líderes e formar bons cristãos. É um livro prático que tira muitas dúvidas e faz refletir sobre a forma de ser discipulo de Cristo dentro de nossa familia cristã. Livro edificante e esclarecedor.

Título: A Hora e a Vez dos Leigos
Autor: Paul Stevens
Editora:ABU Editora
Páginas: 199

Resenha do livro Igreja: Agente de Transformação

Publicado em 2011 por iniciativa de René Padilla e Péricles Couto, este livro precisa ser descoberto  por mais leitores por dois motivos. Primeiro, missão integral é uma tarefa a ser pensada e estudada não apenas por missionários, agências e teólogos, mas também por pastores e líderes e membros de comunidades. E, segundo - talvez ainda mais importante -, a missão integral, amplamente difundidos por meio de palestras, áudios e materiais escritos, têm sido - infelizmente- pouco aplicados no dia a dia das igrejas, nas organizações e na vida pessoal.

Igreja: Agente de Transformação é uma coletânea de artigos de cinco autores hispânicos e cinco brasileiros, explorando um tema ainda pouco estudado na missão integral: o papel da igreja como agente da missão integral. Quais são as relações de uma igreja que é "agente de transformação" com o discernimento comunitário, o sacerdócio de todos os santos, o serviço, a sua natureza comunitária? O capítulo de abertura, "A teologia do da missão da igreja no Brasil", do bispo Robinson Cavalcanti é rico em registros históricos e em análise sobre a atuação da igreja brasileira.

O capítulo final, do pastor Key Yuasa, fala-nos da necessidade de reconhecermos o Brasil, na totalidade de suas dimensões, como nosso campo de missão: " Os teólogos, pastores missiólogos e gente que pratica a missão integral, todos nós precisamos aprender a considerar todas as coisas do Brasil como de altíssimo interesse para a Igreja [...] a fim de que a formulação e o exercício da missão integral, no Brasil, possam ser dignos do país que o Senhor nos concede como herança e tarefa".

Por Klênia Fassoni - Revista Ultimato nº341 - reprodução permitida

Título: Igreja: Agente de Transformação
Autor:  René Padilla e Péricles Couto (org.)
Editora: Ultimato
Páginas: 184

Resenha: Dê Outra Chance à Igreja

O recém-lançado Dê Outra Chance a Igreja, de Todd Hunter, ex-presidente e coordenador da Igreja Vineyard nos Estados Unidos e atual bispo da Igreja Anglicana, propoõe uma reconciliação dos sem-igreja com os demais cristãos. O próprio título revela esta boa vontade. O autor fala com autoridade, pois ele mesmo passou pelo que chama "minha noite escura da igreja" e tornou-se por algum tempo um sem-igreja, mesmo sendo pastor de uma igreja não-tradicional.

Pode-se dizer que o livro, traduzido por William Lane, pastor presbiteriano brasileiro, partiu da experiência de Hunter: " Procurava uma igreja que fosse menos mecanicista, menos dirigida por números, menos hierárquica e menos esquisita" (p.23).

Em seu livro, o autor valoriza a igreja: "Por mais que alguns se sintam esgotados com as reuniões de igreja, não acredito que a igreja deva deixar de se reunir; tãmpouco precisa tornar os seus encontros mais sintonizados a moda. O porovo de Deus se reuniu semanalmente em tabernáculos, templos, prédios de igreja e lares durante milhares de anos, e continuará a fazê-lo. Entretanto, a igreja precisa repensar o propósito de suas reniões" (p. 44).

"[ A igreja] é uma enrtidade sagrada dentro de uma realidade secular maior" (p. 120). "Depois da ascensão de Cristo, do derramamento do Espírito e do estabelecimento da igreja, a igreja se tornou o princioal meio pelo qual a ação de Deus é expressa" (p.163).

Nas primeiras páginas de Dê Outra Chance à Igreja , William Lane, que assina também a apresentação à edição brasileira, escreve: "Se você está  saturado da igreja e acha que ela já deu o que tinha que dar em termos de alimento espiritual, se você está buscando outras formas externas à igreja de pastorear a sua alma, você precisa ler este livro e dar outra chance à igreja!" (p.12). E, nas últimas, o próprio autor repete: "Espero que você dê à igreja outra chance!" (p.163).

Por Elber César - Revista Ultimato nº338 - reprodução permitida

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Título: Dê Outra Chance à Igreja

Autor:  Todd D. Hunter
Editora: Ultimato
Páginas: 184

Resenha: Livro "Cristianismo" Diabólico

Há algum tempo, certo missionário que ficou muitos anos fora do país voltou ao Brasil. Logo no caminho para casa, percebeu que vários outdoors e anúncios publicitários trazia a mesma frase "Tá Amarrado!". Pensou tratar-se de algum apelo comercial ou até mesmo propaganda de rodeio. Ficou sabendo que não. O anúncio era de uma igreja, convidando os transeuntes para um de seus cultos de libertação. A história é real e o missionário em questão não é o pastor congregacional Segisfredo Wanderley. Mas bem poderia ser ele. Crítico ferrenho de modismos eclesiásticos e da distorção cada vez maior da fé evangélica no país, ele acaba de lançar um livro que já choca pelo título: O "cristianismo" diabólico. 

Esqueça o ocultismo, ritos satânicos e crenças afins. O livro é sobre a fé cristã, mesmo - pelo menos, o tipo de evangelho que vem sendo pregado em muitos púlpitos país afora. Uma fé que troca o discipulado, a cruz e a santificação por interesses terrenos e imediatos, como prosperidade financeira, além de dar destaque desmedido a uma suposta luta contra as trevas, em que se acredita ser possível vencer o diabo com declarações como a daqueles outdoors. Wanderley também reserva grande parte de sua obra para discutir o que considera ser um ponto de nevrálgio da crise da Igreja nacional: sua liderança. Para ele, uma cúpula muito mais preocupada em controlar os fiéis e realizar os próprios interesses atravé deles - gente que coloca a agenda pessoal acima da causa de Cristo.

Mas o "cristianismo" diabólico está longe de ser uma simples crítica a religião institucional ou mesmo um sumário de erros e distorções. A obra, aliás, pouco entra em detalhes e evita um confronto direto com os vilões do púlpito. Uma pena, é verdade - mas, atitude  perfeitamente  compreensível  diante da proposta da obra. Apesar de dividir os capítulos como se fossem cartas, o autor prima por um texto rico e cheio de erudição, permeado por citações de Pascal, Cherterton e C.S. Lewis. Cristianismo puro e simples, de Lewis, aliás, é um ótimo exemplo para se entender o propósito de Wanderley: refletir sobre aspectos fundamentais ao Evangelho, como renúncia, a imitação de Jesus e a santidade. Valore diante dos quais convites simplistas como "Pare de sofrer" não são os mais adequados.

Fonte: Cristianismo Hoje - edição junho/julho de 2011

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Título: "Cristianismo" Diabólico
Autor:  Segisfredo Wanderley
Editora: Danprewan
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Resenha: Livro Cristianismo Verdadeiro

O livro Cristianismo Verdadeiro da editora Palavra, é um compilado da obra "Uma Visão Prática do Sistema Religioso Predominante de Cristãos Professos, nas Classes Média a Alta neste País, Contrastado com o Verdadeiro Cristianismo" do Parlamentar Britânico responsável pelo fim da escravidão na Inglaterra, William Wilberforce, que viveu entre o século XVIII e XIX.

William Wilberforce, se converteu ao evangelho aos 22 anos e lutou a vida inteira para dar fim ao regime escravocrata do Império Britânico, todavia sua obra não é a respeito de seus feitos, pelo contrário ele aborda a influência de Cristo em sua vida, através de uma crítica ao sistema religioso de sua época.

Cristianismo Verdadeiro aborda as diferenças entre os cristãos nominais, o humanismo e os cristãos verdadeiros, sendo um tratado sobre como ter uma vida de santidade com Deus e influênciar a sociedade.

A obra do William Wilberforce é muito edificante, ele mostra para o leitor a grande diferença entre religiosidade e a verdadeira espiritualidade e comunhão com Jesus, nosso Salvador. Uma excelente leitura, indicada para todos aqueles que amam o Reino de Deus. No final existe um Apendice de James M. Houston e sua introdução foi criada pelo Bispo Anglicano Dom Robinson Cavalcanti.

Título: Cristianismo Verdadeiro
Autor:  William Wilberforce
Editora: Palavra
Páginas: 190