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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Resenha do livro Brasil Polifônico - Os evangélicos e as estruturas do poder

A obra Brasil Polifônico - Os evangélicos e as estruturas do poder foi escrito pelo pastor batista, mestre em teoria do direito pela PUC e colunista do jornal Estadão, Davi Lago, é uma livro impar no meio cristão por tratar a contribuição dos evangélicos na construção do Estado, principalmente observando Roma e Estados Unidos e é claro o Brasil.

Brasil Polifônico é uma obra crítica que trás aspectos sociológicos, jurídico, filosófico e teológico, separado em sete capítulos, desdes uma análise sobre o papel dos evangélicos (ou não), na influência social no Brasil, a redefinição filosófica de Cristo e César, um capítulo inteiro sobre direitos humanos e estado democrático de direito, no qual o autor faz uma defesa muito interessante, democracia: do areópago a Ekklesia, liberdade religiosa e laicidade, fé razão e diálogo e por fim a  conclusão.

A leitura é rebuscada, porém é estimulante devido o seu conteúdo e suas frases, além de todo o contexto histórico e a reflexão final sobre as indagações de nosso papel como embaixadores de Cristo nesta sociedade, inclusive a lacuna que existe de diálogo.

Não se trata de um livro estritamente teológico, pelo contrário é um livro publicado por uma editora cristã que dialoga com as ciências humanas e pela formação do autor ocorre uma interação  com o mundo jurídico, talvez esta seja a grande novidade do livro, uma vez que normalmente livros cristão que tratam sobre Estado, sempre tratam mais pelo viés da política e sociologia , enquanto Davi Lago utiliza da filosofia do direito, outro aspecto interessante são seus ensaios sobre a pós modernidade, uma espécie de antropologia cultural,  levando o leitor de fato a pensar no século XXI. Vale a pena ler!


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Título: Brasil Polifônico - Os Evangélicos e as estrutura do Poder 
Autor: Davi Lago
 Editora: Mundo Cristão
 Páginas: 201



segunda-feira, 11 de junho de 2018

Resenha do livo O Crescimento do Cristianismo - Rodney Stark

O livro  O Crescimento do Cristianismo, escrito pelo sociólogo americano Rodney Stark em 1996, não se trata de um livro teológico, porém é de grande relevância devido a pergunta central do autor, como o cristianismo primitivo cresceu após a ressurreição de Cristo até se tornar a religião dominante no Império Romano.

O livro trata de diversos aspectos como os censos encontrados de homens e mulheres que iam aderindo a fé cristã, algumas especulações sobre as taxas de crescimento da fé cristã durante os três primeiro séculos. Como as mulheres eram vistas na comunidade cristã e como eram vistas  entre os povos do império Romano,  como os cristãos se posicionavam politicamente sobre temas sensíveis como o aborto e a política de pão e circo,  bem como sua solidariedade e cuidados dos doentes, o seu posicionamento a favor dos direitos humanos dos presos e sua posição de oposição a tirânia do Império.

Sobre  as mulheres existe dois capítulos sobre como o cristianismo trouxe dignidade e uma maior igualdade com os homens através da fé, o que gerou um aumento expressivo de mulheres que aderiram a fé cristã, seus casamentos com homens não cristãos e a sua influência na conversão dos conjuges, além de abordar o pensamento da igreja  contra o infanticídio feminino  e a valorização do núcleo familiar, através de um tratamento de amor e não posse nas relações de casamento.

Diversas cartas de imperadores, historiadores e o discurso dos bispos das igrejas cristãs da Era da igreja primitiva foram analisados, bem como uma profunda pesquisa bibliográfica foi objeto deste excelente trabalho do sociólogo Rodney Stark.

Outros pontos como os martírio dos cristãos e as consequências para a credibilidade do discurso cristão,  as calamidades sociais e naturais, a recompensa cristã, as organizações, a direção dos povos para o monoteísmo, a fraqueza da resposta das religiões existentes na época aos problemas da vida no Império, as redes do judaísmo que ajudaram a expansão do cristianismo, a escolha racional na troca de fé. Enfim é um livro de sociologia, que aborda a teologia e a ciência da religião. Muito interessante, vale a pena a leitura!

Título: O Crescimento do Cristianismo
Autor: Rodney Stark
Editora: Paulinas
Páginas: 263

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Resenha do livro Fé Cristã e cultura Contemporânea

O livro Fé Cristã e cultura Contemporânea, é na verdade um compilado de artigos de grande relevância sobre  a cosmovisão cristã, igreja local e transformação integral. Seus organizadores são membros do L'Abri do Brasil, organização cristã de fé reformada, que surgiu na década de 60 pelo filósofo e pastor Presbiteriano Francis Schaeffer na Suiça.

O primeiro artigo é uma profunda análise do pastor e mestre em teologia e ciência da religião, Guilherme de Carvalho sobre a responsabilidade Cristã da igreja e suas implicações, mostrando diversos pontos que as grandes tradições evangélicas lidam com a questão, inclusive o autor analisou como isso foi tema de debate no Congresso de Lausanne de 1974, ele também apresenta a sua visão que faz uma ponte com o pensamento de uma escola de pensamento reformado da Holanda, cujo o principal nome é Abraham Kuyper.

Em seguida vem um enriquecedor artigo do Rodolfo Amorim Carlos de Souza, mestre em sociologia pela UFMG, o autor que é um dos fundadores do L'abri Brasil apresenta o pensamento sobre arte  de Hans Rookmaaker, professor da escola livre de Amsterdã,  um cristão reformado que foi destaque ao ensinar o que é uma cosmovisão cristã na arte, inclusive sendo destaque no mundo acadêmico de sua época O interesse dos artigos apresentados por ele, em forma de capítulos é como o autor conseguiu sintetizar pensamento de Rookmaaker sendo muito pedagógico em sua exposição.

Os professores universitários Leonardo Ramos, Matt Bonzo, Claudio Antônio Cardoso Leite e o diretor do L'Abri da Inglaterra Andrew Fellows, enriqueceram ainda mais o leitor com seus artigos que versaram sobre o individualismo na cultura ocidental, suas consequências práticas na vida da igreja e da sociedade, trazendo todo o arcabouço filosófico e histórico de como ocorreu esta mudança radical. Os autores também buscaram respostas a esta grande crise humana, apontando para o caminho da redenção de Cristo e convocando os cristãos a exercerem o seu papel social e ministerial de levar todas as esferas da vida para o Senhorio de Jesus.

O livro é um compêndio do conhecimento com uma espiritualidade viva em suas linhas que o leva a pensar a fé de forma sobrenatural e racional, onde nós cristão não podemos negligenciar nossas responsabilidades de ser sal e luz do mundo, em um ambiente de trevas em diversos campos da ciência e da vida humana. O livro é muito pedagógico, ensina o leitor os caminhos que a nossa sociedade foi construída e como o seu distanciamento do Deus verdadeiro trouxe graves consequências nas gerações do século XIX, XX e do século atual. Um livro intelectualmente magnifico e que nos leva aos pés de Jesus como resposta, não de forma simplista mas com uma grande base da tradição reformada.



Título: Fé Cristã e Cultura Contemporânea
Autor(a):  Vários

 Editora: Ultimato
 Páginas: 219



domingo, 28 de fevereiro de 2016

Resenha do livro A Religião Mais Negra do Brasil

O livro A Religião mais Negra do Brasil, foi escrito pelo pastor batista, mestre em ciências da religião pela Universidade Metodista de São Paulo e um dos coordenadores do movimento Movimento Negro Evangélico (MNE), Marco Davi de Oliveira. A sua obra é um ensaio sobre a fé dos negros que escolheram o pentecostalismo no Brasil, em contraposição com a crença que a maioria da população negra faz parte de religiões de matriz africana.

O livro tem como proposta apresentar através de sua pesquisa e análise, o porque os negros escolheram o pentecostalismo como prática de fé, abandonando as religiões de matriz africana e aderindo ao movimento pentecostal evangélico ao invés das igrejas históricas. Ele também faz considerações a respeito de políticas públicas voltadas com o fim de trazer igualdade racial e o posicionamento da igreja pentecostal a respeito da política, criticando o período apolítico, porém apontando sua visão mais progressista na aceitação de ministros negros e de uma liturgia mais brasileira, com ritmos afro, principalmente advindos dos EUA, como o soul.

 O autor também se preocupou em oferecer a crítica da aderência do negros ao pentecostalismo, mostrando como o movimento é positivo ao apresentar uma vida comunidade, ao trazer dignidade a população que sofreu na história a opressão da escravidão, a questão carismática do empoderamento do ser humano que independe de sua posição social, onde Deus o toca e distribui os seus dons, por outro lado apresentou também os aspectos negativos, como o fundamentalismo e a indiferença a questão política que muitos lideres pentecostais que não se manifestam sobre questão da injustiça social e racial. A demonização da cultura africana e os problemas teológicos sobre a questão de Caim, também foram postas.

 Para o leitor o livro é bom, todavia acredito que faltou explorar mais os temas propostos, trazer um maior contexto histórico sobre o pentecostalismo, apontar a missiologia na conquista dos evangélicos a respeito da população negra. Outra questão é a forma no qual é demonstrado os dados de pesquisa, pois não possuí uma porcentagem separada entre negros e pardos.

A abordagem sociológica sobre o tema, a respeito de políticas de afirmação e de cotas também foram pouco exploradas em sua obra, todavia o espaço do livro no meio evangélico é de grande valia, uma vez que é pouca a literatura que relaciona a questão racial e a luta da igreja por seus direitos, mesmo que Deus tenha levantado muitos evangélicos para lutar pelos direitos civis e pela abolição da escravidão.

Título: A Religião Mais Negra do Brasil 
Autor(a): Marco Davi de Oliveira
Editora: Ultimato
Páginas: 136 pag

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Resenha do livro Os Cristãos e os Desafios Contemporâneos - John Stott

O título Os Cristãos e os Desafios Contemporâneos é um dos últimos livros do John Stott, teólogo anglicano, que foi pastor da Rainha da Inglaterra,  conhecido por ser um dos maiores representantes do evangeliscalismo mundial, sendo destaque no Pacto de Lausanne além de ter fundado e participado de diversas missões.

O livro é um compêndio que aborda diversos assuntos de interesse para toda humanidade, os seus capítulos são verdadeiras cartas que possuem o objetivo de dialogar com a sociedade atual, apresentando a visão cristã, conforme a ortodoxia bíblica.

John Stott aborda temas como guerra e paz, cuidado com a conservação da natureza, pobreza, direitos humanos, trabalho, ética empresarial, minorias étnicas, casamento, sexo, divórcio, questões de gênero, aborto e eutanásia, biotecnologia, relacionamento entre pessoas do mesmo sexo e liderança cristã.

É dificil resumir tudo o que foi lido, todavia em cada leitura a coerência do autor com os principíos bíblicos é algo que surpreendente devido a sua sabedoria, sua análise de diversas correntes dentro do cristianismo, seu diálogo com quem não é cristão. John Stott consegue sintetizar o pensamento humano e dar a resposta cristã em um exercício que torna esta obra um achado entre os títulos cristãos.

Os Cristãos e os Desafios Contemporâneos, possuí mais de quinhentas páginas, todavia sua leitura abre as mentes para o  próximo, mostra o nosso papel restaurador como igreja de Cristo, é como diz o titulo, um verdadeiro "desafio". Sua leitura não é densa pois o autor e os tradutores tomaram cuidado para usar uma linguagem de fácil compreensão, existe também a participação de outros autores no livro como o médico e professor  de ética na University College London John Wyatt e Matthew Smith. Vale muito a pena ler!

Título: Os Cristãos e os Desafios Contemporâneos
Autor: John Stott
Editora: Ultimato
Páginas: 600 páginas

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Resenha: Livro Pós-Modernidade novos desafios da fé cristã

A obra Pós-Modernidade novos desafios da fé cristã foi escrito por Daniel Salinas e Samuel Escobar representantes do seminário  Fraterniadade Teológica Latino-Americana, que possuí fortes ligações com missões universitárias em todo mundo.

O livro é um pequeno ensaio sobre a cosmovisão da sociedade atual, ele retrata o declínio do Modernismo e o começo da pós-modernidade com o seu conceito de desesperança, modéstia e pluralismo cultural refletindo na negação de absolutos e afirmando  muitas verdades sem nenhum exclusivismo.

Daniel Salinas e Samuel Escobar, retratam os desafios na evangelização em nossa sociedade, concedendo uma pequena apologética no qual é afirmado que para ganhar está geração, é necessário amar e aumentar o relacionamento em profundidade com os descrentes, sempre confiando na ação do Espírito Santo. O missionário pós-moderno tem como tarefa levar a esperança através da pessoa de Cristo e ser contracultural ao afirmar as verdades Bíblicas, mas sem o tom de superioridade arrogante sobre o pensamento dos ouvintes, pois isto é a chave da comunicação sadia  no mundo de hoje.


Pós-Modernidade novos desafios a fé cristã é uma obra excepcional, rica em conteúdo do começo ao fim,  que vale a pena ser lida e estudada principalmente devido a sua importância aos fatos culturais que ocorrem em nosso tempo e o seu contexto com a América Látina. Vale a pena ler e indicar!

Título: Pós-Modernidade novos desafios da fé cristã
Autor:  Daniel Salinas e Samuel Escobar
Editora: ABU Editora
Páginas: 100

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Resenha: Livro Religião e Política, sim; Igreja e Estado, não

O livro Religião e Política, sim;  Igreja e Estado, não, foi escrito por Paul Freston, um inglês naturalizado brasileiro que estudou em Cambridge, fez doutorado na UNICAMP e hoje é professor de pós-graduação na UFSCAR, ele também já participou da missão  estudantil cristã chamada Aliança Bíblica Universitária.

Religião e Política, sim Igreja e Estado, não é uma das obras mais singulares da literatura cristã, a experiência acadêmica e espiritual de Paul Freston é muito perceptível,  ele aborda a questão do messianismo evangélico, crítica a postura de políticos corporativistas, que visam apenas suas denominações em vez de voltarem para projetos políticos que podem beneficiar toda a sociedade, entre outros assuntos que edificam e trazem esperança para o leitor.

Paul Freston, através de uma visão honesta  aponta como um exímio sociológo e de forma imparcial o histórico da política evangélica no Brasil e no mundo, mostrando um panorama realista da participação protestante nas estruturas do poder.

A obra aborda  o conhecimento bíblico teólogico da graça comum e do pecado original, traz alternativas para uma política mais transparente, retira todo o idealismo da figura evangélica, todavia mostra a busca por uma utópia de uma sociedade que deve buscar os padrões do Reino de Deus, independente da escatologia  eclesiastica pessímista. Vale muito a pena ler e refletir sobre este tema, que infelizmente não é muito discutido nos circulos eclesiásticos, entretanto é de suma importância para a  construção  ética e moral de nosso povo, que merece uma cidadania com mais justiça social.

Interessou, compre o seu livro novo ou usado: 

Religiao E Politica, Sim - Igreja E Estado, Nao 
Título: Religião e Política, sim; Igreja e Estado,  não
Autor: Paul Freston
Editora:
Ultimato
Páginas: 195 páginas


Leia outras resenhas dos livros de Paul Freston: 
Nem Monge  Nem executivo

terça-feira, 15 de maio de 2012

Resenha: Livro Protestantismo Tupiniquim

O livro Protestantismo Tupiniquim - hipóteses sobre a (não) contribuição evangélica à cultura brasileira, foi escrito pelo Gedeon Freire de  Alencar que é sociólogo de formação, portanto o livro não trata de teologia é uma análise social das igrejas evangélicas de nosso país.  O escritor é membro da igreja Assembléia de Deus Betesda.

Gedeon Alencar é o tipo de autor que mostra a sua personalidade em seus ensaios, com um humor irreverente, ele fez com que suas pesquisas acadêmicas no qual está baseado o livro "Protestantismo Tupiniquim" se tornasse  fácil e prazerosa, levando o leitor a reflexões sobre nossos modelos de igrejas e influências com outras religiões.

Protestantismo Tupiniquim, aponta a relação entre a cultura brasileira, conhecida pelo tripé parada militar, procissão e carnaval, com os elementos similares na igreja evangélica, como o desfile do dia da Bíblia, Marcha para Jesus e festividades internas. O escritor  aborda dados importantes sobre a democracia e envolvimento político ou apolítico de nossas igrejas. As origens de nossas igrejas, com liturgias diferentes  e suas consequências para o país e o sincretismo que existe, entre a cultura e os anseios da sociedade, isso inclui a cosmovisão de outras religiões em nossa eclésia.

A obra é de grande valia para aprimorar o conhecimento sociológico sobre a nossa fé,  mostrando um panorama curioso de  nossos erros e acertos, está certo que a pretensão do autor é fazer uma análise neutra, todavia é de se ponderar que sua leitura leva qualquer leitor a pensar sobre os desafios da transformação de nossa igreja, para um evangelho saudável, com uma comunicação idonea que pretende acrescentar positivamente sua cosmovisão a cultura brasileira.

Interessou, compre o seu livro novo ou usado:
Protestantismo Tupiniquim - Gedeon Freire de Alencar 

Título: Protestantismo Tupiniquim
Autor:  Gedeon Alencar
Editora:  Arte Editorial
Páginas: 158